quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ORELHAS DO LIVRO A LÍNGUA DE EULÁLIA


Nossa tradição educacional sempre negou a existência de uma
pluralidade de normas lingüísticas dentro do universo da língua
portuguesa; a própria escola não reconhece que a norma padrão
culta é apenas uma das muitas variedades possíveis no uso do
português e rejeita de forma intolerante qualquer manifestação
lingüística diferente, tratando muitas vezes os alunos como
“deficientes lingüísticos”. Marcos Bagno argumenta que falar
diferente não é falar errado e o que pode parecer erro no português
não-padrão tem uma explicação lógica, científica (lingüística,
histórica, sociológica, psicológica).
Para explicar essa problemática, o autor reúne então n’A
LÍNGUA DE EULÁLIA as universitárias Vera, Sílvia e a esperta
Emília, que vão passar as férias na chácara da professora Irene.
Sempre muito dedicada, Irene se reúne todos os dias com as três
professoras do curso primário, transformando suas férias numa
espécie de atualização pedagógica, em que as “alunas” reciclam seus
conhecimentos lingüísticos.
Mais do que isso, Irene acaba criando um apoio para que as
“meninas” passem a encarar de uma nova maneira as variedades
não-padrão da língua portuguesa. A novela flui em diálogos
deliciosamente informativos, A LÍNGUA DE EULÁLIA trata a
sociolingüística como ela deve ser tratada: com seriedade, mas sem
sisudez.
O autor
Marcos Bagno nasceu em Cataguases (MG) e, depois de ter
vivido em Salvador, no Rio de Janeiro, em Brasília e no Recife,
instalou-se com a família na capital de São Paulo. Tradutor, contista,
poeta e autor de livros para crianças, formou-se em Letras pela
Universidade Federal de Pernambuco, onde também obteve seu título
do mestre em Lingüística. É doutor em Filologia e Língua Portuguesa
pela Universidade de São Paulo.
Bagno, Marcos.
A língua de Eulália : novela sociolingüística / Marcos Bagno, 15. ed. —
São Paulo: Contexto, 2006.

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