quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Debate Encerra Programação da Semana com Chave de Ouro

Além da apresentação em "nordestinês" do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, foi destaque, no dia 25, a mesa redonda sobre a literatura de cordel e a tradição popular nordestina, com a presença do cordelista sergipano João Firmino Cabral, considerado, dentre os poetas em atuação, uma das maiores expressões da literatura popular nordestina, e dos poetas Gigi (Josineide Dantas) e Zé Antônio, ambos sócios fundadores e membros atuantes da ASCORESE (Associação de Cordelistas e Repentistas de Sergipe). O evento contou ainda com a exibição do documentário Cordel Nosso, de Marcelo Roque. Levado ao ar pela TV Aperipê, em 2006, o documentário em vídeo nos dá uma noção singular do movimento contemporâneo do cordel e do repente em Sergipe. Nossa imensa gratidão aos poetas que vieram, generosamente, enriquecer a nossa Semana, com a transmissão de saberes de inestimável valor, muitos dos quais não se aprendem em livros. Que da experiência vivenciada surjam e se desenvolvam novas iniciativas, estudos e trabalhos em torno da nossa secular e substancial cultura popular.

Exposição e feira de cordéis conta com a presença do poeta João Firmino Cabral

Acionando o velho estilo dos poetas mercadores, o poeta João Firmino Cabral chamou a atenção dos presentes, recitando cordéis e conferenciando sobre os clássicos da tradição. Na foto, o poeta posa diante de parte de sua diversificada coleção, que se encontra diariamente exposta no Mercado Munipal de Aracaju, próximo à Passarela das Flores, em espaço reservado à literatura popular que leva o seu nome.

Versão nordestina do Auto de Gil Vicente empolga a platéia, marcando presença na II Semana de Letras da FSLF

O Auto da Barca do Inferno, um clássico do quinhentismo, obra concebida em português arcaico por Gil Vicente, reconhecido como o primeiro dramaturgo da língua portuguesa, teve uma inusitada versão no dialeto "nordestinês", na II Semana de Letras da FSLF. Matéria de estudo da disciplina Literatura Portuguesa I, a peça, que compõe a "trilogia das barcas", foi brilhantemente adaptada pela acadêmica Suzy Dayse Vasconcelos que dirigiu e, junto com seus colegas do 3º período, produziu um espetáculo digno de nota. Há que se destacar o cenário em estilo barroco, assinado pela também acadêmica Ana Moura; a trilha sonora idealizada por Suzy, que juntou sucessos esquecidos de Paulo Diniz com clássicos da MPB de Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Raul Seixas; o rico figurino, com destaque para a caracterização do diabo (que virou uma extravagante diaba na versão nordestina) e de Gil Vicente, que aparece na peça como narrador; e a performane visceral de Suzy Dayse, interpretando "Cálice". Isso sem falar no elenco de atores e figurantes (confira a ficha técnica no 1º post dedicado à peça), formado por acadêmicos que se revelaram verdadeiros valores artísticos. O resultado, como não podia deixar de ser, foi o deleite e a receptividade geral dos presentes, que se emocionaram com o belo resultado, decorrente de um árduo trabalho, feito com o amor característico dos amadores e a responsabilidade esperada dos profissionais. Parabéns. Sem dúvida, nota 10!

O clássico do Cinema Novo "Vidas Secas" na mostra de filmes nacionais da FSLF

A exibição do filme de Nelson Pereira dos Santos, premiado cineasta brasileiro, proporcionou aos presentes a experiência do paradoxal, característicamente, promovida pela estética neo-realista, à qual se associa o romance homônimo de Graciliano Ramos. No filme, a luminosidade e a beleza expressionista das imagens expoem a miséria e o drama existencial dos desvalidos, de modo a aprofundar a visão ordinária que se tem da espoliação social e, dessa forma, colocar em xeque a indiferença do espectador diante do sofrimento humano. Seguindo a programação, a sessão contou com a apresentação de um estudo comparativo entre o filme e o romance, pelos acadêmicos Almiro R. Santos Filho e Wellington M. Amaral Jr..

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O AUTO DA BARCA DO INFERNO



A magia do teatro está em unir pessoas,eternizar os momentos e aprender a aprender.Uma essência de felicidade, superação e talento. Tudo isso resume o sentimento do terceiro período de Letras.Parabénssss!

A Hora da Estrela

É importante destacar, no quadro da II Semana de Letras da FSLF, a apresentação do filme A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral, baseado no romance homônimo de Clarice Lispector, matéria de estudo da disciplina Teoria da Literatura II. A sessão contou com a participação das acadêmicas Suzy Dayse Vasconcelos e Jaqueline T. Mendonça, que apresentaram um comentário comparativo entre o filme e o romance. Não percam dia 25, quarta-feira, a continuação da mostra de filmes nacionais, com a apresentação de Vidas Secas (1963), um marco da cinematografia brasileira, assinado por Nelson Pereira dos Santos.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Exposição e feira de cordel em grande estilo


Seguem sendo um sucesso a exposição e a feira de cordéis, que contam com as diversificadas coleções do poeta João Firmino Cabral (em que se incluem exemplares da editora cearense Tupinanquim, do talentosíssimo Klévison Viana) e dos poetas Zé Antônio e Gigi, da ASCORESE (Associação de Cordelistas e Repentistas de Sergipe). No detalhe, o poeta e historiador Zé Antônio posa para foto.

A Presença da tradição popular na cultura

O destaque da noite do dia 24 foi a presença do pesquisador, historiador e escritor Jackson da Silva Lima, autor de obras de inestimável valor para a cultura brasileira. O distinto estudioso sergipano nos trouxe relatos enriquecedores sobre a literatura universal e sobre eventos cruciais da história do Brasil e de Sergipe, revistos a partir do ponto de vista da cultura tradicional popular. Para ilustar a sua fala, o pesquisador premiou os presentes com valiosíssimas performances orais, gravadas por ele em áudio, nos anos 70, de exemplares do romanceiro brasileiro, cantados pela mestre da cultura popular, a também sergipana, Dona Caçula, já falecida. Como se não bastasse, dada a generosidade que lhe é peculiar, o prof. Jackson enriqueceu a nossa biblioteca com a doação de exemplares, hoje raros, de algumas de suas obras, na qual se destacam O Folclore em Sergipe e História da Literatura Sergipana, e uma belíssima coleção de cordéis por ele editados artesanalmente, com todo o primor dos amantes sinceros da nossa cultura.

COMISSÃO ORGANIZADORA


O click vai para uma parte da nossa comissão organizadora da Semana de Letras,Almiro,Milton,Suzy,Nilza,Professora Vilma, silvinha e Paulinho.Ficaram faltando na foto as nossas queridas amigas Jaqueline,Rosélia ,Marysandra,Joseane e Tamires que estavam em outras tarefas.Essa equipe é show!!!

VIA POÉTICA





A via poética é uma das mais ricas formas de se apresentar/apreciar a arte.
Originou-se e desenvolveu-se a partir das Dionisíacas festas em honra ao deus dionísio, que incluía o espetáculo de mímica,dança,música, poesia etc...
Análoga a uma via sacra, diferenciando-se pela essência da motivação - a arte literária ao invés da religiosidade - a via poética resulta numa perfeita integração entre o artista, o apreciador da arte e a própria arte.
Durante a via poética foram declamados poemas de Vinicius de Moraes, Fernando Gullar e Cecília Meireles entre outros.Foram intérpretes dos poemas os acadêmicos: Amanda de Carvalho, Aline Carolina,Cleyanne Menezes, Jaqueline Tavares, Janete dos Santos,Micaela Alves e Silvânia Santos.
O cenário ficou lindíssimo, parabéns ao professor José Adelmo Menezes de Oliveira, idealizador da via poética e a todos os acadêmicos que construiram esse momento ímpar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DE LETRAS

DIA 23/11

19h: Abertura: Banda de Pífano (apresentação ao ar livre, no espaço reservado ao varal poético, em frente à sala 14).
sala 14
19h: 30: A Língua de Eulália (representação da novela sociolingüística de Marcos Bagno, por acadêmicos da FSLF);
20h:30: Preconceito lingüístico (documentário produzido por acadêmicos da FSLF, com base na obra Preconceito linguístico, de Marcos Bagno.
21h: Sarau poético com acadêmicos da FSLF e coquetel regional.

DIA 24/11

Sala 11
16h: Exibição do filme A hora da estrela, de Suzana Amaral, e apresentação de um estudo comparativo entre o filme e o romance homônimo, de Clarice Lispector, por Suzy Dayse Vasconcelos e Jaqueline T. Mendonça (acadêmicas da FSLF).
Auditório
19h: “Via Poética”, com acadêmicos de Letras da FSLF (apresentação itinerante).
19:30h: “A Presença da tradição popular na cultura” ( palestra com o pesquisador-folclorista Jackson da Silva Lima).
21h: Exposição, feira de cordéis e coquetel regional.

DIA 25/11

Sala 11

16h: Exibição do filme Vidas Secas, de Lima Barreto, e apresentação de estudo comparativo entre o filme e o romance homônimo, por Almiro R. Santos Filho e Wellington M. Amaral Jr. (Acadêmicos da FSLF).

Auditório
19h: O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: adaptação livre da peça por acadêmicos do curso de Letras da FSLF.
20h: Mesa redonda: a literatura popular em debate, com o poeta cordelista João Firmino Cabral e com os poetas populares Gigi (Josineide Dantas) e Zé Antônio;
21h:10: Exposição e feira de cordéis com a presença dos autores e coquetel regional.
21h: 50: Encerramento das atividades referentes à Semana de Letras.

DIAS 26 e 27 de Novembro
Auditório
Períodos matutino e noturno: II Mostra de Iniciação Científica.

O AUTO DA BARCA DO INFERNO DE GIL VICENTE


A turma do terceiro período de Letras está vivenciando o Auto da Barca do inferno de Gil Vicente. Digo "vivenciando" porque encenar seria muito pouco para traduzir a rica experiência partilhada por todos. A obra de Gil Vicente marca a passagem do medievo para o classicismo,descrevendo a sociedade,os costumes e valores da época. Embora seja uma obra quinhentista(1517), a temática vicentina é extremamente atual, por tratar de “tipos sociais”, estereótipos, que se perpetuam no tempo, adequando-se às mudanças que se formulam em meio ao devir histórico.
Num enredo que se desenvolve em um espaço único, um porto imaginário, apresentam-se duas barcas: a barca do inferno, com dois tripulantes ,o diabo e o seu companheiro; e a barca da glória, onde figura o anjo. No desenrolar da história, cada personagem é julgada por suas ações na terra.A peça que faz parte das apresentações artísticas da Semana de Letras,integra o conteúdo da disciplina Literatura Portuguesa, ministrada pela prof.Dra.Vilma Mota Quintela, que acompanha e orienta cada detalhe durante os ensaios.
Aguardem a apresentação da livre adaptação da antológica peça de Gil Vicente para os dias atuais!
Suzy Dayse

FICHA TÉCNICA

O AUTO DA BARCA DO INFERNO
DE GIL VICENTE

3º Período de Letras

Prof .Dra. Vilma Mota Quintela

Adaptação, Direção e Sonoplastia
Suzy Dayse Vasconcelos

Personagens
Diabo- Ângela Cristina
Companheiro- Maria Klejdi
Anjo- Magda Cavalcante
Fidalga- Maryssandra Melo
Agiota- Ana Claudia Ribeiro
Parvo- Paulyne Souza
Sapateiro- Claudia Andrade
Frade- Marivaldo dos Santos
Cabocla- Deise Nascimento
Brígida –Rosélia Vieira
Corregedor- Joseane Inácio
Narrador- Ana Moura
Patativa- Carmélia Menezes
Poeta-Maria Tamires
Poeta-Paula Graziella
Poeta- Suzy Dayse

Sonoplastia Técnica
Jairo e Robson

Cenário
Ana Moura

Logística
Mara e Flávia

ORELHAS DO LIVRO A LÍNGUA DE EULÁLIA


Nossa tradição educacional sempre negou a existência de uma
pluralidade de normas lingüísticas dentro do universo da língua
portuguesa; a própria escola não reconhece que a norma padrão
culta é apenas uma das muitas variedades possíveis no uso do
português e rejeita de forma intolerante qualquer manifestação
lingüística diferente, tratando muitas vezes os alunos como
“deficientes lingüísticos”. Marcos Bagno argumenta que falar
diferente não é falar errado e o que pode parecer erro no português
não-padrão tem uma explicação lógica, científica (lingüística,
histórica, sociológica, psicológica).
Para explicar essa problemática, o autor reúne então n’A
LÍNGUA DE EULÁLIA as universitárias Vera, Sílvia e a esperta
Emília, que vão passar as férias na chácara da professora Irene.
Sempre muito dedicada, Irene se reúne todos os dias com as três
professoras do curso primário, transformando suas férias numa
espécie de atualização pedagógica, em que as “alunas” reciclam seus
conhecimentos lingüísticos.
Mais do que isso, Irene acaba criando um apoio para que as
“meninas” passem a encarar de uma nova maneira as variedades
não-padrão da língua portuguesa. A novela flui em diálogos
deliciosamente informativos, A LÍNGUA DE EULÁLIA trata a
sociolingüística como ela deve ser tratada: com seriedade, mas sem
sisudez.
O autor
Marcos Bagno nasceu em Cataguases (MG) e, depois de ter
vivido em Salvador, no Rio de Janeiro, em Brasília e no Recife,
instalou-se com a família na capital de São Paulo. Tradutor, contista,
poeta e autor de livros para crianças, formou-se em Letras pela
Universidade Federal de Pernambuco, onde também obteve seu título
do mestre em Lingüística. É doutor em Filologia e Língua Portuguesa
pela Universidade de São Paulo.
Bagno, Marcos.
A língua de Eulália : novela sociolingüística / Marcos Bagno, 15. ed. —
São Paulo: Contexto, 2006.

DICA DE PESQUISA DA SEMANA


Você conhece o significado da palavra patativa? E Assaré, lembra algo em sua memória?Unindo esses dois verbetes, temos um nome,um cantador, um violeiro, um poeta cordelista: Antônio Gonçalves da Silva, o “Camões do Nordeste”. Patativa do Assaré, um menino que nasceu no pequeno município de Assaré no Ceará, recebeu a alcunha de Patativa, que é um pássaro de canto mavioso, semelhante a cotovia. Cego de um olho aos quatro anos de idade, encontrou no nordeste a inspiração para inúmeros livros,poemas e músicas.Considerado um dos maiores poetas populares do século XX.
Ficou curioso para conhecer mais sobre Patativa do Assaré? Então boa sorte em sua pesquisa,pois a Literatura é um enorme mundo mágico que nos toma pela mão e nos fascina.Em cada canto um conto, um ponto, um poema,uma história pra contar.2009 é o ano do centenário de nascimento do poeta. Essa foi a minha dica de pesquisa, envie a sua.
Suzy Dayse Vasconcelos

A terra dos posseiros de Deus


Esta terra é desmedida

e devia ser comum,

Devia ser repartida

um toco pra cada um,

mode morar sossegado.



Eu já tenho imaginado

Que a baixa, o sertão e a serra,

Devia sê coisa nossa;

Quem não trabalha na roça,

Que diabo é que quer com a terra?

Patativa do Assaré

terça-feira, 17 de novembro de 2009

SUGESTÃO DE LEITURA


CONTRA CAPA
Diz-se que o “brasileiro não sabe Português” e que “Português é
muito difícil”. Estes são alguns dos mitos que compõem um
preconceito muito presente na cultura brasileira: o lingüístico. Tudo
por causa da confusão que se faz entre língua e gramática
normativa (que não é a língua, mas só uma descrição parcial dela).
Separe uma coisa da outra com este livro, que é um achado.
Revista Nova Escola, maio de 1999.

PRECONCEITO LINGUISTICO
BAGNO , MARCOS
Editora: LOYOLA
Seção: SUPERCATEGORIA
Categoria: LINGUISTICA / TEORIA LITERARIA

Ficha Técnica
EAN 9788515018895 ISBN 851501889-6
Brochura 30ª Edição - 2004
Nº. de páginas: 186 Peso: 160 g

II SEMANA DE LETRAS DA FSLF

A Semana de Letras da Faculdade São Luís de França é um evento de cunho acadêmico científico e cultural que tem como principal objetivo compartilhar com o conjunto dos estudantes do curso, o corpo docente e demais interessados os resultados do processo de ensino-aprendizagem, colhidos no contexto específico das disciplinas vigentes. Para além desse momento interdisciplinar, em que ocorre o intercâmbio de trabalhos produzidos no decorrer das diversas práticas e atividades realizadas durante o semestre, a Semana de Letras conta com a presença de convidados que vêm enriquecer o evento, trazendo em forma de conferências, debates ou apresentações artísticas, contribuições de importância crucial ao desenvolvimento do tema gerador do encontro. A II Semana de Letras da FSLF trará como tema “A Presença da Cultura Popular na Literatura Nordestina”, e terá como destaque a apresentação da Banda de Pífano de Aracaju e as participações do pesquisador e folclorista Jackson da Silva Lima e do poeta cordelista João Firmino Cabral, nomes de grande valor no contexto da cultura sergipana.

Vilma Mota Quintela
Coordenadora do Curso de Letras